A Bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara de Vereadores de São Leopoldo promoveu uma Audiência Pública nesta semana, para discutir os impactos do Programa Assistir nas políticas de saúde do município. Conduzida pela líder da bancada na Câmara, vereadora Ana Affonso, a audiência lançou luz sobre a situação crítica enfrentada pela saúde do município, devido ao apoio financeiro insuficiente do governo estadual. Com a efetivação do Programa Assistir, o valor que hoje soma apenas R$ 750 mil, pode ser ainda menor.
Em sua fala de abertura, a vereadora destacou que há anos a comunidade leopoldense e as lideranças políticas e comunitárias reivindicam uma nova repactuação para a destinação de recursos por parte do Governo Estadual. "Nós, enquanto município, estamos fazendo um esforço gigantesco para manter a saúde pública em funcionamento. Se o governo estadual aumentasse seu apoio financeiro, poderíamos direcionar recursos para outras áreas básicas que hoje são custeadas por financiamentos aprovados aqui no Legislativo", enfatizou a vereadora Ana Affonso.
Nelson Spolaor, secretário geral de Governo, ressaltou a urgência de modificar o atual percentual de recursos, salientando que municípios vizinhos que não atendem a mesma demanda populacional em serviços de saúde, recebem um montante maior. "Estamos diante de uma realidade insustentável. São Leopoldo merece uma participação mais significativa do governo estadual na manutenção de sua saúde pública. Precisamos reverter esse cenário", declarou Spolaor.
Clairton Rodrigues da Fé, vice-presidente financeiro do Hospital Centenário, enfatizou que a decisão de desfinanciar a saúde de São Leopoldo por parte do governo estadual é política e não técnica. “Recentemente o governo publicou portarias de cofinanciamento com municípios como Caxias do Sul, evidenciando que o descaso e a falta de recursos para São Leopoldo têm viés político”, afirma.
Governo do Estado destina apenas 7% das receitas de saúde no município
Conforme os números apresentados na audiência, o custeio do funcionamento do Hospital Centenário recai em grande parte sobre o Governo Ary Vanazzi, responsável por mais de 67% das receitas, enquanto o Governo Federal contribui com 25% das receitas e o Governo do Estado apenas com 7%.
“Sabemos que esta realidade afeta toda a população de São Leopoldo. Muitas vezes aqui na Câmara os vereadores de oposição criticam as políticas de saúde, mas hoje não estão aqui para entender e ver a realidade dos números que evidenciam o compromisso da administração municipal em manter os serviços em pleno funcionamento sem a ajuda do estado”, enfatizou a vereadora Jussara Lanfermann (PT).
Já o vereador Evandro dos Santos (PT), ressaltou que a discussão faz parte do compromisso da bancada com a população. “Hoje aqui nós reafirmamos nosso compromisso com a saúde pública e seguiremos empenhados na busca por soluções que garantam o bem-estar e a qualidade de vida de todos os leopoldenses. Esta é uma pauta antiga e que precisa de atenção, principalmente quando querem diminuir ainda mais o que já é pouco”, salientou o vereador Evandro dos Santos.
O encaminhamento após a Audiência Pública é a realização de novas mobilizações e a confecção de um documento que reivindique repactuação com o Governo do Estado, com o objetivo de garantir um aumento significativo dos recursos enviados para a saúde do município. Segundo os parlamentares, estas ações visam assegurar um atendimento de qualidade e a manutenção dos serviços de saúde essenciais para a população de São Leopoldo.
Participaram também da audiência a secretária de Saúde do município, Andréia Nunes, o presidente da Fundação Hospital Centenário, Nestor Schwertner, além de representantes de deputados estaduais, lideranças comunitárias e funcionários dos atendimentos de saúde de São Leopoldo.
Fotos: Eduarda Rocha/Assessoria da Bancada do PT São Leopoldo
