Em ato simbólico contra o programa Assistir do Governo Estadual, a comunidade de São Leopoldo abraçou o Hospital Centenário na última quinta-feira, dia 23. A mobilização reuniu mais de 200 pessoas, entre vereadores da Câmara Municipal de São Leopoldo, representantes da Prefeitura, funcionários da Fundação Hospitalar e da sociedade civil, em defesa da saúde pública.
“Estamos aqui em frente ao nosso Hospital manifestando a posição contrária a este programa. A nossa Casa de Saúde, que tem mais de 90 anos, vem sendo desassistida pelo governo desde 2017 e agora, mais uma vez, será prejudicada. A população se reuniu aqui hoje para abraçar esta instituição tão importante e necessária, não só para o povo leopoldense, mas para todos os moradores das 22 cidades atendidas por ela”, salientou a presidenta do Legislativo, vereadora Ana Affonso (PT).
A ação é parte de uma agenda de mobilizações organizada pelos vereadores da Região Metropolitana com o intuito de reverter a decisão de implementar a nova fórmula de cálculo dos recursos destinados às Casas de Saúde. Apesar do início dos cortes ter sido adiado para janeiro, os Hospitais públicos da Região serão os mais afetados com a falta de recursos. A redução chega a casa de R$ 200 milhões por ano.
De acordo com a presidenta da Fundação Hospital Centenário, Lilian Silva, anualmente a instituição deixará de receber cerca de R$ 2 milhões. “O Hospital Centenário vai perder R$ 165 mil por mês e os atendimentos e a complexidade serão mantidos, mas, provavelmente, sofrerão impacto, o que nos fará repensar algumas especialidades. Os recursos serão distribuídos, mas os pacientes não. Ações como esta são para chamar o Governo para rediscutir essa distribuição de recursos e não o programa”, destacou.
Ainda no mês de agosto, a Câmara de Vereadores reativou o Comitê Popular em Defesa do Hospital Centenário. “Estamos novamente mobilizados para defender o Hospital da nossa cidade. Não podemos aceitar a retirada de recursos de uma instituição que já não recebe o mínimo do Governo Estadual”, concluiu Ana Affonso.
Os municípios de Canoas, Esteio, Sapucaia, entre outros, também abraçaram os Hospitais públicos prejudicados pelo programa. Muitos deles correm o risco de fechar as portas por não conseguir manter os atendimentos com o corte nos recursos. A ação coletiva e simultânea foi articulada pelos vereadores das Câmaras Metropolitanas. Segundo os parlamentares, o anúncio da redistribuição das verbas, através do programa Estadual foi feito sem que houvesse o diálogo com os municípios afetados.
Novas atividades para manifestar contrariedade a decisão do Governo do Estado devem ocorrer nas próximas semanas, entre elas a participação dos vereadores na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.
Texto: Patrícia Wisnieski - Estagiária de Jornalismo /CMSL
Supervisão: Eduarda Rocha/CMSL
Fotos: Bruno Pereira/CMSL
