Falta muita compreensão e informação diante do comportamento das crianças com espectro autista. Isso muitas vezes faz com que as famílias não saiam de casa com as crianças.
O autismo pertence a um grupo de doenças relacionada ao desenvolvimento cerebral, onde os especialistas a classificam como “transtorno de espectro autista”, ou TEA. O autista sofre de interação social, dificuldade de comunicação e também sofre com há questão comportamental: as ações podem ser estereotipadas, repetitivas. Qualquer mudança na rotina passa a ser incômoda para a criança. Imagine que a mãe sempre vai buscar o filho na escola. Certo dia, o avô quem vai pega-la no colégio – e altera a rota de sempre. Pode ser que ela diante dessa mudança, fique agitada e grite, por exemplo. Isso acontece porque a rotina é um “mapa” usado pelo autista para reconhecer o mundo. Se algum terço desse caminho for alterado, a criança vai reagir.
Por anos, achava-se que o autismo era uma anomalia gerada por famílias que não davam carinho e retorno afetivo suficientes aos filhos. Mas, desde os anos 70, com pesquisas confiáveis mostrando a associação dele com doenças neurológicas, epilepsias, síndromes genéticas, malformações cerebrais, etc; a teoria vem caindo por terra e o consenso entre especialistas hoje é de que o autismo é um transtorno biológico e geneticamente herdado.
Integrar culturalmente crianças com deficiência pode ser mais difícil do que se imagina. Quando o assunto é autismo a situação se complica ainda mais. Coisas simples como ir ao teatro ou a uma sessão de cinema se torna, tarefas muitas vezes impossíveis. A agitação, os movimentos repetitivos, são empecilhos para que muitos portadores do espectro consigam curtir uma programação cultural.
A adaptação para inclusão se faz necessária para que a família venha se sentir segura e possa ir a uma sessão comum, justamente para promover a socialização e inclusão dos autistas com a comunidade. Tais como escuridão parcial, som baixo e liberdade para as crianças se levantarem e se movimentarem na sala, a ausência de trailer, considerando e respeitando as particularidades dessas crianças.
A proposta do projeto é a realização de sessões de cinemas adaptadas para crianças com distúrbios sensoriais e suas famílias, de forma que funcionem como uma espécie de treinamento para as crianças na adaptação ao ambiente do cinema. Mas não se trata apenas disso. O objetivo principal terapêutico realizado com a criança e aumente o engajamento dos pais no processo de tratamento.
A “sessão azul” tem como objetivo fazer uma inclusão social com crianças autistas. Autismo é apenas uma maneira diferente de ver o mundo, com jeito único de ser...