São muitas as pessoas que vivem o drama diário de não ter informações sobre um familiar desaparecido. De acordo com dados da Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH) de São Leopoldo, que é responsável por investigar os casos de desaparecimentos, em novembro de 2016 eram 207 pessoas desaparecidas na cidade, sendo 114 homens e 93 mulheres. Destes casos, 107 envolviam jovens menores de 18 anos. Em âmbito estadual, ainda segundo dados da Polícia Civil, de 2015 até abril deste ano foram mais de 12,6 mil desaparecidos menores de 18 anos em todo o Rio Grande do Sul. Destes, 9.328 foram localizados.
Muitos dos desaparecidos são encontrados após a divulgação de fotos e/ou suas características, facilitando o trabalho da Polícia Civil, além de fazer com que qualquer cidadão possa saber se aquela pessoa está sendo procurada. Com este pensamento, o vereador Júlio Galperim (PSD-SL) apresentou o Projeto de Lei que institui o Cadastro Municipal de Crianças, Adolescentes e Adultos Desaparecidos em São Leopoldo. Em segunda votação na sessão de quinta-feira (19), o projeto foi aprovado por unanimidade, e agora será encaminhado para o Poder Executivo.
“O Poder Público precisa dar uma atenção maior para este tema. Estamos falando de vidas. Dados de maio deste ano indicam que cerca de 15 crianças e adolescentes de até 17 anos desaparecem por dia no Estado. A maioria é encontrada, mas este período de busca é também de muita aflição, e o trauma é levado pelo resto da vida”, afirmou Galperim.
Dados oficiais apontam que, no caso de crianças e adolescentes, as principais causas de desaparecimentos podem ser maus-tratos da família, drogadição, ausência dos pais, da figura paterna, fugas voluntárias do período de férias e fugas para constituir uma família.
De acordo com o projeto aprovado, o Poder Público Municipal manterá a base de dados do Cadastro Municipal de Crianças e Adolescentes e Adultos Desaparecidos, o qual terá as características físicas, dados pessoais e fotografias de adolescentes, crianças e adultos de São Leopoldo, cujo desaparecimento tenha sido registrado em órgão de segurança pública federal ou estadual. A divulgação deste cadastro se dará por sites, redes sociais, portal da Prefeitura Municipal e outras plataformas digitais de parceiros públicos, privados ou entidades não governamentais.
