As primeiras carteiras de identificação para pessoas com fibromialgia já estão nas mãos dos moradores de São Leopoldo. A entrega foi realizada nesta segunda-feira (12), data em que se celebra o Dia Mundial de Conscientização da Fibromialgia. A conquista é resultado da Lei Municipal nº 10.268, de autoria da presidente da Câmara Municipal, vereadora Iara Cardoso, que estabelece prioridade de atendimento para pacientes com a síndrome em serviços públicos e privados do município.
A medida representa um marco para o reconhecimento da fibromialgia como condição crônica que exige cuidados específicos e acolhimento institucional. A cerimônia de entrega simbólica contou ainda com a presença do prefeito Heliomar Franco, da secretária da Saúde, Kelbe Gonçalves, além de pacientes, familiares e representantes de entidades ligadas à causa.
A lei, sancionada em abril, é fruto de mais de dois anos de trabalho do mandato da vereadora Iara Cardoso, que já havia aprovado outras duas leis neste sentido, mas que nunca foram executadas pelo governo municipal em gestões passadas. “Hoje é um dia de celebração. A dor invisível, que por tanto tempo foi ignorada, agora é reconhecida oficialmente pelo município. A aprovação e a implementação da lei mostram que o Poder Público está atento e sensível a essa realidade”, afirmou Iara durante o ato.
Com foco na inclusão e no respeito às limitações impostas pela fibromialgia, a legislação garante prioridade em atendimentos de saúde, transporte público, bancos, empresas e vagas de estacionamento. Além disso, estabelece a necessidade de preparar a rede municipal com equipes multidisciplinares, incluindo reumatologistas, fisioterapeutas, psicólogos e demais profissionais especializados, garantindo suporte completo aos pacientes por meio do SUS.
De acordo com a vereadora, embora atinja também homens, a fibromialgia é mais prevalente entre mulheres, e seus sintomas – como dores crônicas, fadiga, insônia e sensibilidade aumentada – ainda são frequentemente subestimados. “A gente sabe que essa lei não vai tirar a dor de ninguém, mas representa o primeiro passo para virar o jogo. Agora, a dor que era invisível passa a ter voz. E com isso, esperamos também preparar a rede de saúde para oferecer um atendimento mais humanizado e especializado”, declarou a presidente do Legislativo.
Texto e fotos: jornalista Guilbert Trendt - Mtb 20.254/RS